Sempre tive muitos problemas de saúde durante a minha infância como: bronquite, impetigo, catapora, sarampo, convulsões, entre outros. Mas passei por tudo com muito amor da minha mãe, e de Jesus, pois Ele tinha uma grande obra na minha vida. Às vezes vêm algumas lembranças da minha mãe ao lado da minha cama, passando as noites em claro com todo amor, pois como o medo de morrer já tinha passado, ela estava livre de todo trauma e podia me amar e cuidar de mim com todas as forças.
Apesar de sofrer com a saúde tive uma infância boa, bastante amor da minha mãe e do meu pai, embora ele não expressasse, pois na época ainda era uma pessoa muito “durona” não ligava muito para crianças mesmo que fossem seus filhos. Minha mãe me contou que ele mal chegava perto do berço, e quando chegava só dava uma olhadinha e saía.
A família da minha mãe é grande e a maioria são mulheres. Guardo boas recordações de uma das minhas tias, que ficava e cuidava de mim quando minha mãe precisava de ajuda. Essa eu tenho como uma segunda mãe, pois me deu muito amor.
Da família do meu pai, já não tenho muitas coisas boas para relembrar, pelo contrário me lembro mais da grande diferença com que me tratavam do meu irmão. Eu até me recordo de uma frase que escutei da boca de um membro da família e nunca mais esqueci: “O menino sim é lindo, mas ela tem uma carinha de pobre”. Essa frase me marcou muito e a partir desse dia não consegui mais me enxergar como antes.
Quando eu tinha seis anos, a minha família apresentava uma condição financeira excelente, meu pai construiu uma casa maravilhosa, eu fazia natação, estudava no colégio que queria, tinha tudo para ser feliz e ter uma vida perfeita. Mas mesmo tão novinha já tinha um complexo, eu me achava tão diferente do meu irmão. Nós tínhamos amiguinhos em comum e ouvi por diversas vezes que eu era a parte pobre da família e meu irmão a parte rica. Na escola eu sofria muito com os apelidos, porque ia desde espantalho até bruxa do 71. Os meninos sempre diziam que eu era feia e aquilo me deixava muito triste, afinal isso já era um fato dentro de mim. Agora eu rio quando eu lembro, mas na época eu sofria demais, chorava escondido, e me sentia inferior as minhas amiguinhas. Mas eu não sabia que grandes coisas iam acontecer e que ao meu lado eu tinha um Pai que já me amava no ventre da minha mãe e já havia me escolhido para ser uma vencedora...
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