sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dificuldades


Morando em uma casa maravilhosa, estudando no melhor colégio, fazendo uma viagem dos sonhos, e ainda por cima, sendo uma criança, eu jamais podia imaginar que a crise financeira da minha família estava começando ali. Eu não tinha a menor idéia do que ainda estava por vir...
No dia em que chegamos ao aeroporto estouraram várias bombas em nossas mãos, parecia que a viagem era o último momento de paz que eu ia ter na minha vida. Quando desembarcamos, um parente estava nos esperando junto com uma triste notícia, um familiar muito próximo estava com câncer. Aquilo foi terrível de ouvir, pois quando fomos viajar estava tudo normal, tudo tranqüilo e na volta, mal colocamos os pés no Brasil e já recebemos uma notícia dessas. Uma coisa que abala qualquer um!
Depois de alguns dias, escutei meu pai dizendo para minha mãe que a situação financeira estava complicada, que ele ainda não havia nos contado, porque tinha uma esperança que ia conseguir reverter, mas infelizmente não foi o que ocorreu. Nessa hora minha mãe falou de Jesus para ele, afinal era o único da família que ainda não havia aceitado Jesus.
As nossas vidas mudaram, parecia que tudo estava de “pernas para o ar”, apesar das dificuldades, ficamos muito mais unidos e firmes com Cristo. Não vou falar que foi fácil porque não foi, na verdade foi terrível, afinal subir na vida é muito prazeroso, mas levar um tombo é muito doloroso. Mas sempre confiamos em Deus e sabíamos que tudo aquilo era para o crescimento, e que depois que passasse tudo, nós íamos contar para as pessoas para honrar e glorificar o nome de Cristo.
                Sempre foi falado para nós, que a obra que Deus tinha para as nossas vidas era muito grande, mas meus pais diziam: “Bom, prova financeira é terrível mesmo, mas logo já passa, vamos vencer em Cristo e glorificar o seu nome”. Para gente isso já era a grande obra, mas estávamos enganados... Bem enganados...
Muitas vezes não temos noção do trabalhar de Deus nas nossas vidas e nesse caso não tínhamos a mínima idéia...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Parece impossível? Mas para Deus não é...

Você já passou por alguma situação que parecia impossível de suportar? Durante a minha vida sempre achei que eu não ia agüentar, quando eu superava um obstáculo aparecia outro que aos meus olhos era maior que o anterior. Mas graças ao nosso bom Deus eu superei e estou aqui hoje pra compartilhar as bênçãos que Ele me proporcionou.
Aos meu nove anos eu tive uma oportunidade que muitos sonham, viajar para o exterior. Para mim era tudo perfeito, eu era uma criança que estava passeando e aproveitando todo o luxo de um hotel maravilhoso, de uma cidade encantadora, e com a minha família. Quer uma coisa mais perfeita do que isso? Ah! Eu tinha acabado de aceitar de Jesus. Perfeito não é? Mas eu não sabia o que vinha pela frente nessa viajem...
Todos os dias nós tomávamos um café da manhã maravilhoso no hotel, era uma delícia, ficávamos muito tempo ali até comer de tudo um pouco que tinha naquela mesa extensa e farta. Depois disso nos dirigíamos ao carro que nos levava ao passeio do dia, um lugar mais lindo que o outro, isso eu pensava até chegar à excursão mais esperada por todos que vão a esta cidade.
Nesse dia, todos estavam lá impressionados e admirados com tudo, e eu estava muito incomodada com algo que eu não sabia o que era, mas aquilo era terrível. Depois de horas ali, minha mãe se cansou e resolveu comer alguma coisa junto com o meu pai. A lanchonete ficava longe da onde estávamos, mas o casal que nos acompanhava não queria ir naquele momento, então meus pais foram à lanchonete e nos deixou com eles. Mas aquele incômodo só aumentava cada minuto que passava, até que eu escutei uma voz me chamando, e eu achei que era minha mãe, então não pensei duas vezes, não olhei para os lados, não avisei ninguém, e saí correndo em direção aquela voz, quando eu dei por mim, eu estava sozinha, em um lugar sem nenhuma alma viva, em um país que não era o meu, sem telefone pra ligar, e aquela voz? Aquela voz tinha desaparecido. E agora? Eu só tinha uma saída, era clamar o nome de Jesus, e pedir misericórdia da minha vida. Eu não queria ficar perdida em um país estranho, no meio de uma mata, foi algo tão irreal porque pra mim era como se eu tivesse andado só um pouquinho, mas eu não achava o caminho de volta.
Quando comecei a clamar e a chorar, escutei umas vozes, essas sim eram de pessoas, então meu coração disparou e eu levantei a cabeça, e enxerguei um grupo de japoneses, corri em direção a eles, e comecei a conversar, mas ninguém entendia uma palavra de português. Lembro-me direitinho que a japonesa me abraçou e falou umas palavras que eu não entendi nada, mas na minha cabeça era seguinte: “Fica aqui com nós que vamos te ajudar”. Eu nem sabia quem eram aquelas pessoas, mas eu senti um conforto muito grande, então os acompanhei.
Eu não estava com a minha família, mas estava com uma mulher muito carinhosa, pra mim aquilo já era alguma coisa, o medo já tinha passado. Não sei como eu tinha chegado naquele lugar, pois não me lembrava de nada, foi como em um piscar de olhos que eu cheguei ali. Depois de andarmos mais ou menos uns 30 minutos, eu escutei: Filhaaaaaaaaaaa! Nessa hora sim, era a minha mãe, então olhei para o lado e corri para os braços dela, que estavam tremendo muito, ela estava desesperada, então me disse: “O que aconteceu? Eu tava comendo e senti um desespero, vim correndo ver o que estava acontecendo. Quando cheguei aqui seu irmão me disse que você tinha desaparecido, aonde você tava menina?”. Logo eu olhei para o rosto do casal e eles estavam querendo me fuzilar com os olhos. Minha mãe me deu uma bronca, mas tudo acabou bem.

Eu digo para você leitor, que para mim aquela situação era impossível de terminar bem, estava tudo contra mim naquele momento, hoje eu podia ser uma criança desaparecida, mas não, Deus teve misericórdia da minha vida. Agora escrevendo esse texto, me veio uma música que retrata bem o que eu passei:

Deus do Impossível

Composição: Thales Roberto
Existem certas situações
Difíceis de suportar
Olhamos pro lado e não
Ninguém pode ajudar
Tudo parece impossível
O mar quer nos afogar
As ondas vêm e querem derrubar
A nossa fé
E nos levar ao desespero
Ao desespero
Pensamos que o nosso
Problema é grande
E esquecemos a grandeza de Deus
Desanimados de clamar pensamos
Que Ele não ouve
E então, dá uma vontade de chorar
Eu sei, não dá mais pra agüentar
Eu olho pro alto, vem o socorro
Jesus pode fazer Muito Mais
Ele te ouve, Cristo te ouve
Escuta as suas orações
Ele vai te atender
Deus do impossível
Tudo é possível
Basta crer
Que Deus pode fazer
Infinitamente mais
Ele te ouve
Meu Deus pode fazer
Infinitamente mais
Muito mais



Creia! Os servos de Deus são valentes, pois Ele nos dá forças para lutar e superar todos os obstáculos. Essa é apenas uma das experiências que eu passei que aos meus olhos não tinha saída...

É triste de ver o egoísmo das pessoas...

Boa Tarde Pessoal,

Tenho um notícia ruim para vocês, mas suspenderam a conta do meu twitter, alguns ateus me denunciaram, agora estou com a conta suspensa, vou aguardar para ver o que vai dar isso! 
Mas esse tipo de coisa não cala os servos de Deus!
Obrigada!
Abraços!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Baixa Auto-estima

Sentir-se feia e inferior em relação às outras pessoas, é muito ruim e complicado, interfere em várias áreas da vida, pois além de não me sentir bonita, eu também me achava incompetente, inútil e muitas outras coisas. Eu fui crescendo e conforme iam se passando os dias, o sentimento de ser a pior pessoa do mundo ia crescendo e fortalecendo de mim, cada dia mais eu tinha aquilo como uma certeza na minha vida.
Aos sete anos escutei uma frase que me deixou um pouco feliz, minha mãe dizendo pra vizinha: “Minha filha puxou as pernas pra mim, são lindas como as minhas”. Aquilo veio como uma esperança que eu não era tão horrível como pensava. A partir desse dia eu comecei a me olhar diferente. Às vezes a gente olha para as crianças dessa idade e nem imagina essas coisas, muitos brincam chamando de vários nomes, achando que não vai ter influência na vida delas, mas não sabemos o mal ou bem que estamos causando dizendo determinadas palavras. Então nesse momento da minha vida, eu já tinha um “valor”, ao meu modo de ver o mundo, por mais absurdo e ridículo que pareça foi isso que aconteceu, era tão novinha e já com valores distorcidos.
Como eu já disse, nessa fase da minha vida, meus pais tinham um casarão muito belo, e cada um tinha a sua suíte. Cada quarto tinha uma saída independente, então eu podia sair à hora que eu quisesse. Eu tinha o costume de todos os dias pela manhã ir à vizinha, entrava pela janela do quarto dela, e naquela casa passava o dia. Em um almoço, saiu um assunto sobre o que cada uma de nós tinha de mais bonito. Então enquanto todos conversavam, eu imaginava que eles iriam falar das minhas pernas que eram bonitas, afinal minha mãe havia falado isso, mas eu mal podia esperar que aquele almoço fosse me doer tanto e que eu ia ter que engolir o choro junto com a comida. O pai dela disse a seguinte frase: “A nossa “pitica” tem as pernas mais lindas e você, lindinha, tem o cabelo mais bonito”. Aquilo foi como uma bomba que ia estourar na minha cabeça, eu mal consegui engolir a carne, aquilo desceu rasgando dentro de mim. Afinal eu tinha praticamente certeza que minhas pernas eram bonitas, e meu cabelo? Meu cabelo pra mim era horrível, os meninos me chamavam de espantalho por causa disso. Então tudo aquilo era muito difícil de aceitar. Naquele dia eu fui embora logo que terminei de almoçar e me tranquei no quarto. O complexo em relação à beleza só aumentava cada dia mais...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O poder das palavras

Sempre tive muitos problemas de saúde durante a minha infância como: bronquite, impetigo, catapora, sarampo, convulsões, entre outros. Mas passei por tudo com muito amor da minha mãe, e de Jesus, pois Ele tinha uma grande obra na minha vida. Às vezes vêm algumas lembranças da minha mãe ao lado da minha cama, passando as noites em claro com todo amor, pois como o medo de morrer já tinha passado, ela estava livre de todo trauma e podia me amar e cuidar de mim com todas as forças.
Apesar de sofrer com a saúde tive uma infância boa, bastante amor da minha mãe e do meu pai, embora ele não expressasse, pois na época ainda era uma pessoa muito “durona” não ligava muito para crianças mesmo que fossem seus filhos. Minha mãe me contou que ele mal chegava perto do berço, e quando chegava só dava uma olhadinha e saía.
 A família da minha mãe é grande e a maioria são  mulheres. Guardo boas recordações de uma das minhas tias, que ficava e cuidava de mim quando minha mãe precisava de ajuda. Essa eu tenho como uma segunda mãe, pois me deu muito amor.
Da família do meu pai, já não tenho muitas coisas boas para relembrar, pelo contrário me lembro mais da grande diferença com que me tratavam do meu irmão. Eu até me recordo de uma frase que escutei da boca de um membro da família e nunca mais esqueci: “O menino sim é lindo, mas ela tem uma carinha de pobre”. Essa frase me marcou muito e a partir desse dia não consegui mais me enxergar como antes.
Quando eu tinha seis anos, a minha família apresentava uma condição financeira excelente, meu pai construiu uma casa maravilhosa, eu fazia natação, estudava no colégio que queria, tinha tudo para ser feliz e ter uma vida perfeita. Mas mesmo tão novinha já tinha um complexo, eu me achava tão diferente do meu irmão. Nós tínhamos amiguinhos em comum e ouvi por diversas vezes que eu era a parte pobre da família e meu irmão a parte rica. Na escola eu sofria muito com os apelidos, porque ia desde espantalho até bruxa do 71. Os meninos sempre diziam que eu era feia e aquilo me deixava muito triste, afinal isso já era um fato dentro de mim. Agora eu rio quando eu lembro, mas na época eu sofria demais, chorava escondido, e me sentia inferior as minhas amiguinhas. Mas eu não sabia que grandes coisas iam acontecer e que ao meu lado eu tinha um Pai que já me amava no ventre da minha mãe e já havia me escolhido para ser uma vencedora...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O começo, somente o começo....


Minha mãe tem um filho mais velho do que eu,  e o parto dele foi muito complicado. Logo que  ela descobriu que estava grávida de mim, se desesperou e todo o sofrimento que havia passado veio rapidamente na sua lembrança quando viu o resultado do exame. Além de não ter sido planejada essa gravidez, ainda havia um trauma que a rodeava. Passou a gestação inteira preocupada, com medos, e quando chegou na hora de ir para o hospital para fazer à cesariana, ela deixou uma carta para o meu pai se despedindo,  tamanho era o medo de morrer.
O parto correu tudo bem, nasci forte e saudável. Todo o medo, era só medo... Graças a Deus tudo saiu muito melhor do que todos pensavam, uma guerra se acabava ali, e com a vitória, mas ninguém sabia que uma rejeição na gravidez pudesse ter várias conseqüências...
Muitos dizem que quando somos rejeitados no ventre carregamos isso pra vida toda, e isso tem uma influência muito forte no subconsciente da criança, mesmo que ela não saiba que isso aconteceu. Tanto na religião como na ciência acredita-se que a criança sente e sofre com a rejeição e isso pode afetar em muitas áreas da vida.
Eu confesso que sempre me senti rejeitada e quando minha mãe me contou o que realmente aconteceu, entendi muita coisa, muitas sensações estranhas, mas logo compreendi e me imaginei no lugar dela. Em uma parte da minha adolescência fiquei revoltada e muitas dúvidas me cercavam, como qualquer adolescente que começa a enfrentar a vida. Mas eu tinha uma coisa diferente das outras pessoas da minha idade. Na igreja que eu freqüentava, o pastor disse que a revolta podia ser conseqüência da rejeição, eu tinha apenas 12 anos quando ele me disse isso, mas eu aceitei tudo tranquilamente, mas às vezes vinha aquela voz me perturbando dizendo: Nem a sua mãe te quis, então quem vai te querer? Se mata, você não tem valor, você é um lixo. Mas me lembro que naquela época me apeguei com um hino que dizia: "Quero que valorize o que você tem. Você é um ser. Você é alguém, tão importante para Deus, chega de ficar sentindo angústia e dor, nesse seu complexo interior, achando as vezes que não é ninguém...". Então sempre que se  aproximava esses pensamentos ruins eu cantava essa música e isso me ajudava muito, minhas forças se renovavam, a tristeza e a revolta se afastavam.
Mesmo  ainda no ventre da minha mãe, eu já enfrentava o medo junto com ela, e isso era apenas o começo de uma vida com grandes batalhas...